Espaço destinado à publicação de informações, curiosidades e eventos da maior festa do norte mineiro: A FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS DE MINAS

sábado, 13 de junho de 2009

ORIGEM DA FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE MINAS NOVAS


ORIGEM


Houve, em certa época, para ser mais precisa, no século XVIII, a descoberta do ouro no córrego “TRIPUHY”, na localidade de Vila Rica, hoje, cidade de Ouro Preto. A notícia correu rápida e, o Rei de Portugal determinara que se explorasse esse minério num trabalho acelerado e para tanto, fora necessária a intensificação do tráfico de escravos - pretos da África que eram aprisionados em navios negreiros e que se destinavam ao Brasil.
Dentre as levas de escravos fora capturada a família de um certo Francisco. O Francisco, cognominado “Chico Rei”, conforme esta nossa descrição, após folhearmos um trabalho do Prof. Carlos Góes, em seu livro “História da Terra Mineira”, pode-se observar porque o Chico era chamado de rei.
Em sua terra natal, esse cidadão na simpática que na época desfrutava entre seus conterrâneos, já merecera o destaque como “rei” em festas lá realizadas. E aqui, uma vez escravo, fizera a promessa de que, quando alcançasse a sua alforria e de seus familiares, ele celebraria, com a mesma pompa e destaque, festa tal aquelas realizadas na distante e misteriosa África.
Imbuído nesta fé e, contando ainda com amigos e simpatizantes, não tardara conseguir sua liberdade; pondo-se a minerar por conta própria, encontrara avultada quantia em ouro, passando daquela condição de humilde escravo alforriado à situação de abastado milionário. Comprara a liberdade de sua esposa, do seu filho e da noiva deste, sem se falar em diversos sobrinhos e conterrâneos.
Por fim, soara a hora do cumprimento da promessa. Determinara o feitio dos cetros e das coroas e, desta forma, a população de Vila Rica assistia, atônita à exibição do “reinado” pela primeira vez em nossa pátria, o que se estendera por toda Minas Gerais, inclusive em Minas Novas.
A Festa do Rosário em Minas Novas origina-se desde os primórdios do século XIX, porque se tem notícias de sua primeira celebração em 1810. Em 1840, os pretos conseguiram o registro de um “Compromisso”, elaborado no Arcebispado da Bahia, com o título “IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS DE MINAS NOVAS”. É essa Irmandade que promove em todos os anos a realização das festas de sua Padroeira.

A FESTA EM SEU FUNCIONAMENTO

Após a realização da eleição dos novos Juizes Maiores, em princípios de Abril de cada ano, já no mês de junho, numa quinta feira, que precede ao dia 13 deste mês, a Irmandade, os fiéis e ainda o povo em geral, partem com destino ao rio Fanado a fim da busca de água para a “lavação” da igreja, cujo líquido é conduzido em “potes” e “latas” à cabeça dos participantes.
15 de Junho - Nesse dia, por volta das 12 horas à porta da igreja do Rosário, com repiques de sinos e espocar de foguetes, banda de música, além dos caixeiros e tamborileiros, tem início a celebração de uma cerimônia conhecida por “MEIO DIA”. À noite, novenas, leilões de prendas à porta da igreja, além dos bailes e batuques em diversos lugares da cidade.
15 a 23 de Junho - De 15 a 23 de Junho, celebram-se as novenas com leilões de prendas e os bailes de que já falamos, sendo que, no 23 de junho, por volta das 11 horas, um grupo de crioulos retira-se em direção à Pedra do Rosário a fim de apanhar e trasladar a imagem da Santíssima Virgem do Rosário que, recebida à porta da igreja pelo vigário da paróquia, pelos Irmãos do Rosário e grande massa de populares, é reverenciada em seus dignos merecimentos. Ato contínuo, é realizada outra cerimônia tal qual a do dia 15, sempre ao meio dia. À tarde, a armação das fogueiras e à noite a novena.
24 de Junho - Por volta das 04:00 horas da manhã, com a presença indispensável da banda de música, caixeiros e pipocar de foguetes, tem-se início à ALVORADA. Às 09:00 horas da manhã, em aparato todo especial, são os Reis conduzidos à igreja para assistirem a missa. Terminada esta, as majestades retornam a suas residências, onde é servido um almoço, regado a cachaça e com doces e sobremesas. Às 17:00 horas, inicia-se a procissão. Isto posto, a imagem é coroada no adro da igreja por um grupo de crianças. Os bailes e batuques continuam pela noite adentro.
25 de Junho - Em singular aparato os casais de reis novos e velhos, são conduzidos até a Igreja do Rosário. Ali assistirão à coleta das esmolas anuais.
Com a chegada dos reis, a Irmandade se diligencia à casa do tesoureiro em busca do cofre, o qual é conduzido à cabeça por vários fiéis. Durante esse mesmo dia, a Irmandade continua sob permanente reunião até às 19:00 horas, quando o cofre é reconduzido à casa do mesmo tesoureiro, repetindo-se o aparato da manhã que se passou.
Com o retorno dos Irmãos, celebre-se a posse dos eleitos, que são novamente conduzidos às suas residências particulares realizam-se bailes onde se desponta uma série de folclores, tais como, “MANGANGA”, a “DANÇA DE QUATRO”, o “PAULISTA”, o “VILÃO” e “BEIRA MAR”, tudo isso para render homenagens à Virgem do Rosário, Mãe da Divina Graça e nossa protetora.


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